segunda-feira, 23 de maio de 2011

Número 1 da revista Babel Poética



Número 1 da revista Babel Poética, organizada e editada por Ademir Demarchi,   com projeto gráfico e edição gráfica de Amir Brito Cadôr. A publicação sai pelo Programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura, que premiou ainda outros três projetos de revistas culturais além da Babel Poética, 10 mil exemplares de cada uma (mais de 170 disputavam o edital promovido pela Associação dos Amigos da Casa Rui Barbosa; o prêmio dá direito ainda à publicação de mais 3 números de cada selecionado).

A Babel Poética será lançada na próxima sexta-feira (27/05) 
ponto de cultura gestor da revista cultural, 
na Rua Caminho dos Barreiros, 491, Beira Mar, em 
São Vicente - SP - Brasil.

domingo, 22 de maio de 2011

Revista Pausa: Godot chega ao Brasil de Lula

Revista Pausa: Godot chega ao Brasil de Lula: "Alessandro Atanes Recebi na semana passada do poeta Ademir Demarchi o número 1 da revista Babel Poética, editada por ele com projeto gráfi..."

sábado, 21 de maio de 2011

Virada Cultural de Santo André 2011 Casa da Palavra

Virada Cultural de Santo André 2011



Casa da Palavra
Praça do Carmo, 171 – Centro

Dia 14/05/2011

18h
Sarau Piano e Poesia com Paola Fachinelli  [LITERATURA]
Local: CASA DA PALAVRA

Além de levar cantores e companhias de dança e teatro de renome para as cidades que participam da Virada Cultura Paulista, o projeto também abre espaço para artistas locais. É o caso de Paola Fachinelli, pianista de Santo André formada em regência e composição pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). A musicista participará do Sarau Piano e Poesia, que acontecerá no sábado, na Casa Palavras, às 18h. A apresentação unirá poesia e música. “A partir do texto apresentado crio músicas que ambientam e dão maior destaque à obra do autor”, explica Paola.




Segundo a pianista, o principal diferencial da apresentação é que ela não pode ser repetida. “A criação das músicas é imediata e o resultado final não pode ser repetido, apesar de conhecer os elementos que foram utilizados para a criação da composição, toda apresentação é única”, conta.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

X Encontro de Pesquisa em História da UniABC




Palestrando no - X Encontro de Pesquisa em História da UniABC - junto com a participação da Taba de Corumbê. Presenças de: Edson Bueno de Camargo, Aristides Theodoro, Iracema M. Régis e Macário Ohana Vangélis, 

na mesa "Poesia e Identidade" 
dia 17/05/2011 

Atelier 1 Bloco c.
UniABC 
Av. Industrial, 3.330 - Bairro Campestre - 
Santo André - SP - (11) 4991-9800 



segunda-feira, 16 de maio de 2011

"A voz" de Mauá - 28 de abril de 2011

Recorte de jornal onde o jornalista e crítico literário impressionista Aristides Theodoro desce a lenha em meu livro "cabalísticos" com o nome grafado errado e tudo mais, do jeito que as coisas andam estou publicando até quando falam mal de mim. Colocando  ainda, que o Aristides apesar de não gostar de minha poesia, é um bom amigo e não publicou nada que já não tenha me falado pessoalmente. 
"A voz" de Mauá - 28 de abril de 2011 - página 4


domingo, 15 de maio de 2011

BABEL Poética (POESIA NA ERA LULA)






A revista Babel organizada por Ademir Demarchi, volta ser publicada, com lançamento em 27 de maio (SESC Santos), após ganhar em 1.º lugar, entre 170 projetos, o edital Cultura e Pensamento 2009/2010, do Ministério da Cultura.

BABEL Poética será composta por 6 edições especiais preparadas para o Ministério da Cultura, que terão 10 mil exemplares cada, distribuídos nacionalmente, num mapeamento da poesia brasileira focada em questões sociais e políticas.

BABEL Poética
(POESIA NA ERA LULA)
ISSN n.º 2179-3662
Ano 1, n.º 1 Novembro/Dezembro de  2010

terça-feira, 10 de maio de 2011

II Mostra de Arte Contemporânea Caiçara

 
 
 
 
"Percutindo Mundos - II Mostra de Arte Contemporânea Caiçara"


O grupo experimental de “música contemporânea caiçara” Percutindo Mundos reúne compositores, bailarinos, artistas plásticos, fotógrafos, escritores, intelectuais e representantes de diversas expressões culturais do litoral paulista para a “II Mostra de Arte Contemporânea Caiçara”. Unindo tradição e vanguarda, o principal objetivo da Mostra é provocar reflexões sobre identidade cultural e arte.



PROGRAMAÇÃO


1° Parte - Abertura da “II Mostra de Arte Contemporânea Caiçara”

10 hs – Abertura Oficial

Música:

DJ Lufer - Futuráfrica

Artes Visuais:
Vídeo, fotografia, escultura

Biga Appes, Christina Amorim, Raquel Rá, Adilson Félix, Helena Araujo, Isabel Nascimento, Giovane Nazareth, AnaK Albuquerque, Chico Melo, Valério da Luz, Hugo Leal, Tubarão Arte Dulixo, Fabricio Lopez, Márcio Barreto, Galeno Malfatti, Evelise Aguião, Coletivo Action, Tito Wagner, Nice Lopes, Gabriel Netto, Cris Oliveira, Giba Paiva Magalhães, Adriano Camolez, Cara da Palavra, Juneca, Ana Akaui, Cid Maia

Literatura

Projeto "Leia Santos"

Displays de livros, jornais, revistas e o programa "Adote um Livro"



2° Parte: Celebrando a Cultura Caiçara

13:00 – 10° Sarau Caiçara – Literatura

Ademir Demarchi, Alessandro Atanes, Marcelo Ariel, Flávio Viegas Amoreira, Madô Martins, Regina Alonso, Cyro Barreto, Márcia Costa, Edson Bueno de Camargo, José Geraldo Neres, Chui


14:00– Escola Livre de Circo – Gaia´thos – Circo

14:15 – Mantra Yoga Trancendental

14:45 – Christyane Amici– Teatro – "Atro Coração"

15:00 – Núcleo de Pesquisa do Movimento – Imaginário Coletivo de Arte – Dança

15:15 – Tarso Ramos em Quarteto

15:45 - Sidarta - Música

16:15 –Trio Kaanoa – Música

16:45 – Carrossel de Baco - Música

17:15 – Percutindo Mundos – Música

17:45 – Intervenção Coletiva – Música, Literatura, Dança, Teatro, Circo e Artes Visuais


Hora
domingo, 15 de maio · 10:00 - 18:00

Localização
Casa da Frontaria Azulejada
Rua do Comércio, 96
Santos (Santos, Sao Paulo, Brazil)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mácula - Lidiane Santana - Clube de Autores - 2011

http://www.clubedeautores.com.br/book/43769--Macula

Sobre o livro: "Mácula" - Lidiane Santana - Clube de Autores - 2011

Quando fez o prefácio de meu segundo livro, a amiga e poeta Katsuko Shishido Pastore, colocou-se a respeito da coragem de se lançar um livro de poemas, em meio a aparentemente tantos livros publicados, por que mais um entre muitos? Já nos idos de 1949, com as cinzas ainda quentes da guerra e seus horrores, Theodor Adorno nos alerta se é possível fazer o poema em tempo de penúria. Se depois dos campos de concentração e extermínio era plausível ainda o poema.

E digo: não só é possível, como necessário. Publicar um livro de poesia, apesar de tudo por vezes estar contra, é um ato de coragem. A poesia não é salvacionista no sentido de regenerar o tecido morto da sensibilidade de todas as pessoas. Mas ao fazê-lo, o poema, já em si um ato de rebeldia, criamos um rito mágico de anunciação do novo. Segundo a kabala, o verbo cria o mundo, mesmo em muitos mitos de criação, é a palavra a força geradora, é o ato criador dos deuses. Quando vejo uma poeta mulher compondo seus versos, fico muito mais feliz, pois é a fêmea a geradora motriz de mundos. É feminino o processo de criação do poema, algo como uma gestação de palavras, para depois em um parto dar-lhe forma no papel.

O livro Mácula tem um sutil movimento vertical, o movimento de queda para o fundo do abismo, rememora os poetas do século XIX e sua tristeza filosófica. Trabalha com poemas curtos, dando uma certa velocidade vertiginosa à queda para o fundo, para o escuro, para um certo desalento. O que é ótimo. Vivemos em uma sociedade em que a felicidade não é mais uma conquista, mas uma obrigação pesada. Ao dar vazão para sua tristeza íntima, Lidiane Santana, se torna porta voz involuntária dos que querem seu direito à tristeza, ao lúgubre, aos escuros, ao invés deste luminoso mundo novo em que estacionamos. Nas palavras da própria escritora, um momento para tomar um "chá com fantasmas".

Convido ao leitor, para ter um cuidado especial com as entrelinhas, a urdidura do tecido, o fio solto, que a cultura árabe deixa em seus tapetes, para provar que a onisciência é reservada a deus. O fio de Ariadne a desvelar os labirintos. Nestes poemas não encontrarão contos de fada açucarados, ou lições de moral, bravatas, ou algo muito fácil de digerir. É o que não está escrito que intriga. É na incompletude que somos todos humanos, e no entanto é na poesia que não nos promete nada, que talvez encontremos nosso verdadeiro eu: o espelho de Narciso e a palma de seu martírio pelo belo.

É necessário que nos enamoremos do abismo, até para poder domesticá-lo em nós.





Edson Bueno de Camargo
poeta, menestrel de impossibilidades

domingo, 1 de maio de 2011

CONCURSO LITERÁRIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - (Série poemas premiados).

Zabé da Loca

és como foi minha avozinha
lenço amarrado na cabeça
olhos grandes de olhar comprido
destes que devoram tudo com carinho
e cuidado
gente de granito e pés suaves
mesmo para trilha de pedras

mulheres com dobras e rugas
quase uma centena de anos cansados
rostos com sombras
e o dedo com o osso apontado

mulheres de parar o vento com o silêncio
e mover pedras com o sussurrar
constroem casas com barro
cacimbas no seco
donas da terra e da água
e  aproximam o ventre do ar


senhoras que vestem o mundo
e tecem com os panos
e fiam o algodão das nuvens

ai que os anjos esfarrapados da caatinga
os anjos vaqueiros e pascentadores de bodes
os anjos moleques a tramar travessuras
os anjos de todas as partes e os afogados
e o louco poeta na margem da metrópole

todos param para ouvir
um pedaço de cana soar as trombetas do céu



a parte que te cabe


para o amigo Celso de Alencar

Circe
amarrou a Ulisses
com não correntes
usou os músculos de sua vagina

mesmo estando em êxtase
a saudade de seu chão
e do cheiro do esterco das ovelhas
o chamavam para casa
e se libertou

Circe disse fica
mas Ítaca clamou mais alto

o esperava em casa
uma vagina mais mansa
e doméstica
sem grandes bailados
e malabarismos
mas que demonstrou um furor selvagem
ao se fechar aos machos
que não eram para ela

e na vingança e na morte
se abriu em sorriso
enquanto seu homem
trespassava seus adversários com flechas
 
nas noites que se seguiram
Ulisses não sentiu saudades
da insaciável bruxa deusa

Penélope
cansada de tecer
exigiu a parte do homem
que lhe cabia
 

René Magritte


no alto de um poste
um homem lê um livro de poemas
a paisagem corre
vertiginosa à sua volta

aquela silhueta
imprime ao horizonte
um não reconhecimento da lógica

o homem lê absorto
em confortável estética
como se fios invisíveis
desenhassem suave poltrona

o olho observador
vê uma queda
iminente demonstração
das leis de Isaak Newton
ou seja
a queda como a de uma maçã de uma árvore

não há construções
de toda a filosofia disponível
que sustentem um homem no ar
ou pior
no alto de um poste de eletricidade

para nós que o vemos
em tal posição de perigo
inspira o medo e a inveja
 
indiferentes ao homem
e o possível dilema alertado
dois corvos
alçam vôo
criando duas manchas
no azul perfeito do céu da tarde


 tudo o que me pedes


se tudo o que me pedes
é meu olho
ainda quente
sobre a palma rósea
desta mão de luas novas
(e gelo orgânico )


deixa ao menos
que veja o Sol se quebrando
sobre as costas azuis das montanhas
entre frestas rutilantes
das entranhas da luz

desde teus cílios
molhados pelo orvalho
a correr sob as pálpebras
de ágata leitosa

este majestoso fogo
em espectros de infra-vermelho
desta gigante agonizante em tua íris

ah! mãe dos deuses
(das mulheres de ventre de barro e lava ardente)
que me reste agora a escuridão
de antes de ter nascido
do mar salgado de tuas vestes

eis que voltamos sempre
ao lugar que em êxtase e dor
nos gerou


tenho sapatos rotos

Poema conversando com Leonard Cohen

riscados de pedra e ladeira abaixo
tenho sapatos de pedra branca
e a terra insalubre de minha infância
o saibro que se desfazia ao vento e a água
e da infâmia acústica de meus ouvidos

tenho os pés lavados de agora
na torneira da chegada
e asas de santo vagabundo de estrada

tenho a beatitude do agora
e o medo obscuro que nunca me chegue a morte

tenho asas dobradas dentro de sapatos rasos
rasgadas à seda de uma lágrima
calçados de caos e areia diluviana

antes a dúvida perturbadora
dos incensos e sírios nas igrejas
da fé não respondida
à certeza que carrego agora




CONCURSO LITERÁRIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – Premiado na Categoria  Poesia Nacional – 2010 - São Bernardo do Campo - SP.