sexta-feira, 12 de setembro de 2014
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
UmZine Número 1 2014
UmZine –n.º 1 – Publicação especial para a
“FLIPARANAPIAcABA –I Feira Nacional
Literária de Paranapiacaba” - 04,
05. 06 E 07/09/2014 -
Poemas e fotos de Edson Bueno de Camargo
leia mais poemas em meu blogue:
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
LiteraturaBr
http://www.literaturabr.com/2014/09/3-poemas-de-edson-b-de-camargo.html
3 poemas de Edson B. de Camargo
por Edson Bueno de Camargo
estraçalhados
durmo
coberto
por
pássaros
e
tua ausência me dói
rebento
minhas veias
em
sacrifício
a
deuses
que
não compreendo
mas
que me pedem sangue
as
palavras
constroem
meu ouvido
e
olvido-me
o
tempo todo
durmo
agasalhado
por
plumas
de
teus pássaros
estraçalhados
e
na expectativa
de
teu beijo
ressono
e
sonho
em
infernos
pão
para
fazer um pão
são
necessárias mãos
e um amor infinito
e um amor infinito
ao
ato da alimentação
para fazer um infinito
é preciso usar as mãos
para fazer um infinito
é preciso usar as mãos
como
se fosse fazer um pão
primavera
primeiro
o vento te cobre a pele
com
aquela brisa gostosa
o
arrepio de frio
o
sentir-se vestido de ar
depois o cheiro da grama
depois o cheiro da grama
da
terra molhada
fechar
os olhos
e
ouvir a vinda dos pingos
o
breve silêncio
a
parede de água a se aproximar
a
roupa molhada colada ao corpo
abrir
a boca e sentir
o
gosto da água gelada
misturado
ao suor recente do rosto
tudo
tem cheiro de sol
tem
gosto de sol
mas
o sol não está
por
fim abrir os olhos
e
ver as réstias de sol
furando
as nuvens
e
estas mitigando
coadas
da chuva
tem
prazeres
que
o tempo não come
*Edson Bueno de Camargo - Santo André - SP, 1962,
mora em Mauá – SP. Poeta, pedagogo,
fotógrafo extemporâneo e entusiasta de arte-postal.
Publicou: “a fome insaciável dos olhos” - Editora Patuá – São Paulo- 2013; “cabalísticos”
Orpheu – Editora Multifoco – Rio de Janeiro – 2010; “De Lembranças &
Fórmulas Mágicas” Edições Tigre Azul/ FAC Mauá -2007; ”O Mapa do Abismo e
Outros Poemas” Edições Tigre Azul/ FAC Mauá -2006, “Poemas do Século Passado-1982-2000” e o
eBook “linho branco”, participou de algumas antologias poéticas e publicações
literárias diversas: Babel Poética, Zunai, Germina, Meiotom, Confraria do
Vento, O Casulo, Celuzlose, entre
outras.
sábado, 30 de agosto de 2014
Resenha de Vivian de Moraes sobre a fome dos olhos.
http://amuletospatua.blogspot.com.br/2014/08/o-tempo-e-o-tempo-que-passam-pelos-olhos.html
O tempo e o tempo que passam pelos olhos
Edson Bueno de Camargo, em "a fome insaciável dos olhos", apresenta ao
leitor uma poesia algo estranha, em que as coisas são humanizadas ("o
bloco de granito/ em seu sonho de sílica e alumínio/ respira pratos e
xícaras) e o homem, reificado ("sua fome de granito/ contorna a tormenta
da tarde"). Nesse jogo, o olho está sempre presente, seja vendo de fora
para dentro, seja vendo de dentro para fora.
Mas o mais marcante na obra é a questão do tempo. Para se apreciar esse aspecto, no entanto, é necessário ler todo o livro em seu conjunto. Apenas um poema não dá conta de expressar as metáforas do tempo como clima e do tempo como passagem que une a infância e a velhice. Serpentes, signos de eternidade e recomeço, estão por perto: às vezes o próprio eu lírico tem "várias línguas bífidas". Leiamos "ar seco do deserto":
este redondo sol lua
que mergulha lento
no concreto dos limites de meu olho
veste-se de lágrimas cinzas
e sangue seco
céu de contrafortes
grande muralha
que afasta
os vivos dos mortos
sonho com arroz
que se derrama
e uma grande mesa com carne e vinho
servidos
os touros galopam
de assalto
cascos em chamas
asfalto que afoga a noite
o carisma dos esquecidos
forro meus olhos
do medo líquido
minha mão branca
coleção
de almas penadas
e o nariz em sangue
no ar seco do deserto
que estão esses dias"
Notemos no poema acima a questão da ressurreição: a carne na mesa se torna "touros que galopam". Outros poemas falam de chuva, gelo, poeira; e também de infância e velhice. A morte é recorrente.
O livro perde um pouco do seu fôlego ao final, quando fica mais confessional e menos cortante, quando o léxico se afrouxa ao sabor das lembranças e ao medo que traz o envelhecimento ("lembrar é como morrer de novo/ e contar com isso sempre"). Mas, como já foi dito, "a fome insaciável dos olhos" é um livro para se ler por inteiro. O estilo é elegante, moderno, impactante. É um livro bom para se ler uma vez, guardá-lo na estante, esperar passar o primeiro impacto e ser retomado para uma nova leitura. (Vivian de Moraes)
http://www.editorapatua.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=158&Itemid=53
Mas o mais marcante na obra é a questão do tempo. Para se apreciar esse aspecto, no entanto, é necessário ler todo o livro em seu conjunto. Apenas um poema não dá conta de expressar as metáforas do tempo como clima e do tempo como passagem que une a infância e a velhice. Serpentes, signos de eternidade e recomeço, estão por perto: às vezes o próprio eu lírico tem "várias línguas bífidas". Leiamos "ar seco do deserto":
este redondo sol lua
que mergulha lento
no concreto dos limites de meu olho
veste-se de lágrimas cinzas
e sangue seco
céu de contrafortes
grande muralha
que afasta
os vivos dos mortos
sonho com arroz
que se derrama
e uma grande mesa com carne e vinho
servidos
os touros galopam
de assalto
cascos em chamas
asfalto que afoga a noite
o carisma dos esquecidos
forro meus olhos
do medo líquido
minha mão branca
coleção
de almas penadas
e o nariz em sangue
no ar seco do deserto
que estão esses dias"
Notemos no poema acima a questão da ressurreição: a carne na mesa se torna "touros que galopam". Outros poemas falam de chuva, gelo, poeira; e também de infância e velhice. A morte é recorrente.
O livro perde um pouco do seu fôlego ao final, quando fica mais confessional e menos cortante, quando o léxico se afrouxa ao sabor das lembranças e ao medo que traz o envelhecimento ("lembrar é como morrer de novo/ e contar com isso sempre"). Mas, como já foi dito, "a fome insaciável dos olhos" é um livro para se ler por inteiro. O estilo é elegante, moderno, impactante. É um livro bom para se ler uma vez, guardá-lo na estante, esperar passar o primeiro impacto e ser retomado para uma nova leitura. (Vivian de Moraes)
http://www.editorapatua.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=158&Itemid=53
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Fliparanapiacaba
“O olhar do poético sobre o urbano”
oficina com Edson Bueno de Camargo
Sábado, 06/09/2014 - 13h00 às 13h45
Sala de Livros
Biblioteca Abia Ferreira Francisco
Rua Rodrigues Alves, s/n
Paranapiacaba – Santo André - SP
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Germina - agosto de 2014 - ano X - edição 37
http://www.germinaliteratura.com.br/2014/literatura_ago14_edsonbuenodecamargo.htm
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