Pequena Sabatina ao Artista
Por Fabrício Brandão
Um importante eixo filosófico
movimenta o ambiente da criação. Talvez por isso um autor empreenda
percursos mais vigorosos ao cerne daquilo que o impele a edificar
palavras. Não raro, vê-se imbuído em complexidades que remontam muito
mais a indagações que a respostas de toda ordem. Nesse ínterim, a face
misteriosa da existência é senhora absoluta das horas, configurando um
cenário através do qual pouco importa o saber dos significados. Ganha
corpo o sabor dos desavisos e de como são indomáveis o tempo e seus
rompantes.
O escritor com quem conversamos agora
traduz em sua obra um pouco desse fluxo incessante em torno do mistério
da vida. Trata-se de
Edson Bueno de Camargo,
poeta cujos versos instauram um especial sentido de ligação com a
gênese do mundo. E está a se falar aqui de como a palavra funda
territórios e ergue estruturas, todas elas a compor um vasto painel de
características que nos ajudam a perceber quão imersos estamos no oceano
do insondável. Não bastasse essa hercúlea trajetória sugerida pelo
trato com as letras, em Edson temos também a referência ao papel do
tempo, seja como componente de transcurso dos homens e suas ações, seja
na constatação de que os signos da permanência nos revelam mais
atributos do que supomos.
Nascido em Santo André, no interior de
São Paulo, o poeta traz embutidas em suas travessias diversas premiações
em concursos literários e participações em antologias e revistas
impressas e virtuais. Dentre suas publicações em livro, estão:
“Cortinas” (edição artesanal), com poesias suas e de Cecília A. Bedeschi
– Mauá – 1981; “Poemas do Século Passado – 1982-2000” (edição de autor –
Mauá – 2002); ”O Mapa do Abismo e Outros Poemas” (Edições Tigre Azul/
FAC Mauá –2006) e “cabalísticos” (Coleção Orpheu – Editora Multifoco –
Rio de Janeiro – 2010). Seu mais recente rebento poético, “A fome
insaciável dos olhos” (Editora Patuá – 2013), reforça a sensação de que
estamos diante de um autor comprometido com as incursões possíveis da
palavra. Nessa entrevista, Edson Bueno de Camargo compartilha conosco
traços importantes de sua obra, bem como impressões a respeito desse
labiríntico espaço chamado literatura.

Edson Bueno de Camargo / Foto: Arquivo pessoal
DA – A começar pelo título,
seu mais recente livro traz em si uma profunda carga imagética. As
paisagens poéticas ali presentes mesclam ausências, silêncios, chamados e
revelações, tudo a compor uma arquitetura delicada para a existência. “A Fome insaciável dos olhos” pode ser tido como um exercício de travessias diante da fragilidade da vida?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Lembro
de, em 2006, assistir a uma palestra da Adélia Prado em Paraty, onde
ela falou sobre a fragilidade de nossa existência, de como somos seres
precários, e de como aquilo me marcou profundamente. Creio que o poeta
carrega esta viagem das possibilidades, fazemos o tempo todo esta
travessia, ao tentar transformar o tempo em palavras, algo como um xamã
imperfeito, tentando enganar o tempo e a morte.
Um bom amigo e grande poeta, José Carlos
Mendes Brandão, fala que escreve porque sabe que vai morrer. Creio que
seja isso, escrevemos nossos breves epitáfios, o poema é uma conversa
com a morte e ao mesmo tempo uma celebração com a vida. A palavra é o
fiel da balança.
DA – Chama atenção o caráter
orgânico do livro, estabelecendo, nalguns momentos, um elo entre os
homens e seus sentimentos quiçá mais primitivos. Em que medida seus
versos questionam a gênese das coisas e do mundo?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Creio
que não seja questionar, mas sim ser a própria gênese. Em muitas
religiões tidas como primitivas, é a palavra ou o som da palavra o
grande gerador das coisas.
Na própria Bíblia é a palavra que
principia tudo. A grande relação mágica da poesia é o conceito de que a
palavra cria a coisa ao nomeá-la. A poesia é minha relação com o
sagrado.
DA – Diria que essa sua ligação com o sagrado é também uma resposta às tradicionais amarras ideológicas do pensamento?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Sagrado não significa necessariamente religião. É um rito de ligação.
Sempre estamos em busca de respostas,
nós humanos. Sinceramente, não saberia dizer se a ligação da poesia com o
sagrado seria alguma resposta a uma amarra ideológica. Creio que a
contemporaneidade não exige mais respostas absolutas e que,
principalmente, não existe mais uma resposta única. Sinto por aqueles
que acreditam em respostas prontas. Este mundo fácil e explicável não
existe (e nunca existiu).
Vivemos no trânsito entre os mitos, cada
um criando seu próprio mitologema diário. Além do que, não seriam
também as ideologias, uma forma de religião tentando, ao seu modo, dar
uma explicação para o mundo?
Sou daqueles que chegaram à conclusão de
que não existe de fato um sentido nas coisas. A poesia não responde,
não explica, não salva, e ao mesmo tempo nos dá o indicativo do que de
fato é importante.
Ao mesmo tempo, acredito que o exercício
da arte, e a poesia é uma delas, senão o mais importante, é o que de
fato nos revela. Responde-nos? Explica-nos? Não creio que isso seja
possível.
Somos essencialmente humanos, o
exercício do poético talvez seja a forma mais adequada de nos afirmar
isso. Caso contrário, o que nos separa e separaria das máquinas?
DA – Seus versos assinalam
uma metamorfose do mundo sem se preocupar com ares de novidade. Diga-se
de passagem, tem-se a sensação de que o novo é o velho transmutado,
permanência relativa das coisas, fluxo através do qual percorremos
ciclicamente as mesmas vias. O que pensa a respeito disso?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Realmente
não tenho uma preocupação muito grande com a novidade. Para mim o texto
tem de ser autoral, ter o seu sinal e a sua marca, mas, ao mesmo tempo,
tenho a plena consciência de que toda a escrita é intertextual. De
alguma forma, repetimos os nossos poetas prediletos, e simultaneamente
damos nossa contribuição para este continuum espaço-tempo da
palavra. Somos o resultado de nossas leituras, leitura de livros, de
autores, de mundo, de nossas experiências de vida. O formato que usamos
para o poema é o mais conveniente e possível para cada um. O poeta que
se apega a uma forma única ou a pré-requisitos corre o sério risco de se
abortar criativamente.
Quanto aos ciclos, ao tempo e ao
fluxo, recorro, neste caso, ao Octávio Paz, que em “O arco e a lira”
afirma que todo o poeta é um novidadeiro e ao mesmo tempo um nostálgico
incorrigível.
Esta noção de tempo linear é assumida
pela sociedade ocidental como a única que existe, ou a que é “certa”. No
entanto, junto às sociedades arcaicas, a noção de tempo circular é
muito mais aceita. Ocorre do poeta ser uma espécie de xamã, mais adepto
às sociedades arcaicas que da “modernidade”.
O tempo da poesia é circular, é o tempo
dos deuses, o tempo da contemplação e não o tempo do labor industrial.
Uma coisa pode ter acontecido e, ao mesmo tempo, estar acontecendo, sem
prejuízo a que ela ainda aconteça. Não raro, poetas antecipam
acontecimentos, o acaso objetivo está aí operando o tempo todo.
DA – A lucidez encerra grandes desafios a um poeta? Seria ela um antídoto contra a traição dos sentidos?
EDSON BUENO DE CAMARGO – A
lucidez pode ser uma armadilha. Nossos sentidos estão conectados a um
mundo que muitas vezes pode se tornar fugidio. O nosso cérebro acredita
que tudo o que ele sente é verdade, a ponto de existirem momentos em que
podemos trocar memórias. Sei que muitas das memórias que carrego hoje
não são minhas, mas ainda assim as sinto, me entristeço com
acontecimentos que não vivi, choro saudades que não são minhas.
Não só os sentidos nos traem, a memória
das sensações também. As pessoas que vivem nas cidades estão mergulhadas
em um caldo de sensações diversas: um cheiro pode detonar uma memória, o
cinema, a televisão, a leitura de ficção podem provocar viagens e
trânsito entre os mundos.
O poema pode ser a tentativa frustrada
de recompor o mundo das coisas, mas não creio que possa fazer realmente
este papel. Talvez seja por isso que Sócrates expulsa os poetas da
República, por essa ilusão entre o que de fato sentimos e o que de fato
esta sendo sentido. Não há um antídoto para isso.

Edson Bueno de Camargo / Foto: Arquivo pessoal
DA – Há um quê de memória
afetiva a percorrer algumas vias do seu novo livro. Ali, pessoas e
lugares ganham corpo especial diante do poeta que reflete as marcas do
tempo. Esse contínuo devir pressupõe um experimentar de mistérios?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Toda
a escrita é autobiográfica, mas nem sempre o que lembramos ter vivido
corresponde necessariamente a um acontecimento real ou a uma vivência.
Tomamos do mundo o que precisamos. Por que não também as memórias?
Estou a todo tempo a observar as
pessoas, tenho um sentimento voyerista, fico imaginando o que essas
pessoas fazem, como se amam, como se comportam diante do mundo. E isto
acaba por compor o poema, que é um catalisador de sensações e realidades
experimentadas.
Às vezes, penso que a memória afetiva é a
única memória que realmente temos, nos lembramos das coisas que nos
apaixonaram, pelo amor ou pelo terror. O poeta pode carregar a memória
coletiva de sua comunidade. Elias Canetti fala que os poetas são cães de
seu tempo, vivem a febre profética dos deuses, mas nunca conseguem
fugir daquilo que os circunscreve.
Santa Tereza D’Ávila dizia que até as
panelas da cozinha são objetos de sacramento, que são tão sagradas
quanto os mistérios do altar, do cálice, do vinho. Acredito piamente
nisto. Quando repetimos os rituais cotidianos, penetramos nos mistérios
do mais profundo sagrado, todos podemos experimentar as sensações do
sublime. Os poetas estão alguns segundos antes das pessoas no tempo. Há
momentos em que as pessoas necessitam ser lembradas do que sentem.
O poema, quando cumpre realmente sua função, recupera o campo do sagrado onde o mistério é nossa vivência cotidiana.
A rotina industrial e o tempo linear que
são impostos às pessoas afastam-nas das coisas que realmente são
importantes. O poeta também tem a obrigação de lhes indicar o sentir, o
ser, que deve ser nosso objeto primeiro.
DA – Em matéria de literatura, carecemos hoje da manifestação de vanguardas? Até que ponto a existência delas seria algo relevante?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Em
primeiro lugar, teríamos de definir o que é uma vanguarda, um termo
militar que foi absorvido pelos movimentos artísticos. No campo de
batalha, a vanguarda é a infantaria ligeira, os primeiros a romperem as
linhas inimigas, mas também o grupo que sofre as maiores baixas (o
número de mortes, suicídios e insanidade entre poetas é bem
representativo). Pouco o que fizermos irá superar o que foi feito na
virada do século XIX e princípios do século XX. Creio que ainda estamos
aturdidos pelo que foi feito neste período, não sei como poderemos
superá-los.
Vivemos num tempo onde, aparentemente,
não existem movimentos culturais, onde parece que tudo já aconteceu e
que tudo se repete. Mas fico pensando em até que ponto isso é realmente
verdadeiro. Como poderemos saber se não passamos por um grande processo
de transformação se estamos inseridos nele? É muito mais fácil
visualizar algo de fora, de longe, com o distanciamento que por vezes só
o tempo pode dar. Quem disse que a “Semana de Arte Moderna” foi um
movimento importante para a cultura do país, foram os analistas
posteriores. O movimento de vanguarda mais interessante que ocorreu,
para mim, foi o Surrealismo, que primeiro aconteceu, com seu manifesto e
tudo mais, e depois buscou as motivações e inspirações do movimento,
nomeando ao bel prazer seus precursores.
Para mim o grande movimentador cultural
da atualidade é o uso da Internet como mídia literária, o uso de novas
plataformas, a facilidade de pessoas de diversos pontos do mundo poderem
usufruir de uma forma quase imediata de contatos pessoais, mesmo que
virtualmente. No que pese que uma nova mídia jamais substitui
completamente a velha, e meios de comunicação de diversas épocas e
tempos convivam harmoniosamente. Um grande exemplo disso é a
radiodifusão, que logo faz cem anos e não dá nenhuma mostra de perder o
fôlego, ao ponto que a Internet, não só não substituiu, como absorveu o
modelo. Temos muitas rádios on line operando por aí. Então, o uso da
Internet é uma grande novidade velha, só que antes o correio postal, o
telefone, faziam a função que hoje se tornou mais fácil e acessível. A
grande revolução da Internet é a democratização da informação e do
acesso, mesmo com possíveis críticas que lhes devem caber.
Creio que o que hoje falta é um
manifesto, um movimento com um formato fácil e reconhecível, aquelas
lutas pela hegemonia da razão. O que sinto e vejo hoje são pessoas muito
talentosas, mas não muito afeitas ao contato físico e a reuniões
intelectuais e políticas (muito chatas para quem não gosta). Pessoas que
não sentem a necessidade de um mote agregador em sua arte, mas que
também não se incomodam de trocar experiências com outros poetas, mesmo
que virtualmente. Mas existem também manifestações que têm acontecido
pelas bordas. Uma garotada com grande energia, nas periferias dos
grandes centros, fora dos grandes eixos e dos circuitos tradicionais,
sem uma preocupação com o reconhecimento, com seus fanzines, publicações
alternativas, blogues, revistas virtuais. Quem sabe estes escritores
venham a consistir alguma vanguarda, ainda que sem ter esta percepção?
Fica a reflexão. A poesia marginal dos
anos setenta não teve nenhum manifesto, saiu às ruas para declamar
poesia, enfrentou os anos de chumbo da ditadura militar e hoje, aos
poucos, está recebendo o reconhecimento merecido de seus poetas. O Paulo
Leminski está ficando até pop e frequentando as listas dos mais
vendidos.
DA – O que você não endossa nesse estado de coisas chamado pós-modernidade?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Acredito que a pós-modernidade já passou, pisamos na praia da contemporaneidade, e pouco sabemos o que isso pode significar.
Não seria necessariamente o que não
endosso, mas me irrita profundamente (risos) é uma certa atitude blasé
que alguns escritores assumem, em geral atualizando textos e agindo de
forma a operar um revisionismo histórico, descobrindo que para chamar a
atenção, ao invés de mostrar uma produção de qualidade, se
especializam em falar mal de escritores consagrados em algum
período: em especial, as críticas mais ferozes são para o Carlos
Drummond de Andrade e para o Mário Quintana, não sei por que razão.
Em geral, estes senhores e algumas
senhoras desfilam uma miríade de diplomas acadêmicos e especializações,
lógicas incontestes, autoridade presumida, medalhas de honra ao mérito, e
tudo o que possa ser usado para afirmar que sua razão é única e
qualquer um que venha a confrontá-los corre um sério risco de virar
alvo.
Fora isso, somos sempre fruto de nosso
tempo, e, muitas vezes, poetas são criaturas meio deslocadas de sua
época e lugar. Pego-me chorando sobre os versos de um poeta chinês da
dinastia Tang e, ao mesmo tempo, admirado com a poética de um jovem
blogueiro desconhecido até o momento. Nada que é poesia me é estranho.
O que vale é o que nos toca. A fruição poética é algo absolutamente pessoal, como uma religião pessoal.
DA – Como aproximar mais as
pessoas das palavras sem a intervenção demasiada dos ditames meramente
institucionais ou quiçá demagógicos? Somos, de fato, uma nação que
subestima potenciais leitores?
EDSON BUENO DE CAMARGO – Talvez
nem seja o caso de discutir “a intervenção demasiada dos ditames
meramente institucionais”. Pessoalmente, nem enxergo isto como um mal em
si, mesmo porque muitas vezes o que vejo é uma ausência total de
políticas culturais para a literatura e a leitura. Costumo dizer que
preferiria combater uma política cultural ruim a me deparar com uma
política cultural ausente ou inexistente. Já ficaria muito feliz se as
autoridades constituídas fizessem alguma intervenção, de fato, neste
sentido. O pouco que é feito sempre vem no sentido de compra de
livros, programas feitos para grandes editoras e um conteúdo
pasteurizado. Os autores e pequenos editores independentes estão fora da
jogada.
Toda vez que falamos de leitores, penso
em nossos vizinhos platinos, que têm uma tradição literária mais antiga e
arraigada, e muito mais hábito de leitura que nós brasileiros. O que
neles é tão diferente neste aspecto que nós? Temos a mesma formação
jesuítica, católica, opressora, caótica.
Qual será o mistério que faz com que o
brasileiro não seja um leitor habitual? O hábito da leitura parece ser
algo que não está na alma brasileira, ou está e não vemos. Mais uma vez,
acredito que a questão está na educação. Enquanto no Brasil a primeira
Universidade surge no século XIX, no mundo de nossos hermanos, as
universidades têm quase o tempo da colonização. No que pese que esta
educação foi sempre europeizante e excludente da massa das populações
indígenas, é um diferencial a ser considerado.
No fundo, creio que o nosso grande
problema seja o analfabetismo funcional. Não há leitores entre pessoas
que não conseguem ler bem e com desenvoltura. Outra questão a ser
considerada é que havia um caldo de cultura em populações ágrafas, quer
nativas, quer por emigração forçada, que foi menosprezado por muito
tempo.
No fundo, somos uma nação que desperdiça
potenciais em quase tudo. Temos ainda uma alma colonialista que não
consegue olhar para dentro de si mesma, onde as elites e, por reflexo, o
governo, veem a cultura como um artigo de luxo, não reservado às castas
inferiores. A leitura não consegue ser popularizada porque não se
acredita nela e nem que a mesma deva ser para todos. A universalização
do ensino deve deixar de ser um grande engodo, além de passar a se
pensar em diretrizes que funcionem como real educação.
A leitura é uma coisa cumulativa. Quanto mais se lê, mais se sente necessidade de ler.
DA – Na conjunção das feições de leitor e criador, de tudo o que viveu até aqui com as palavras, Edson Bueno de Camargo aproxima-se mais do espanto ou da revelação frente à existência?
EDSON BUENO DE CAMARGO – A
revelação deve ser feita pelo espanto. Mesmo que em alguns momentos
seja tomado por esta melancolia dos trópicos, e seja tentado a ser
tomado pelo ceticismo e pelo pragmatismo, abre-se sempre uma janela
para me reconhecer como humano e dono de um potencial de criação
infinito.
Os homens foram criados pelos deuses para a beleza. Só precisamos lembrar disso novamente e sempre.
*Alguns poemas de Edson Bueno de Camargo podem ser lidos aqui