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quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Dia de Amar seu Corpo - 2011 -
Muito e pouco me vem a cabeça para falar sobre este dia; das muitas coisas que poderia e deveria falar. Ando meio de porre com este assunto.
Sou da geração que aprendeu na televisão a odiar o próprio corpo, que teve um breve vislumbre de esperança e abertura, mas que mergulhou na mesmice e na caretice.
Vejo os jovens cultuarem seus corpos dentro de uma artificialidade, onde toda a transformação corporal é uma violência enrustida, é vilipendiação do corpo. Lipoaspiração, plásticas, implantes, exercícios extenuantes, procedimentos médicos muito próximos à tortura e da irresponsabilidade médica. A saúde que deve ser almejada, foi substituída por um ideal de beleza física fora da realidade. A fotografias das revistas e na Internet são maquiadas eletronicamente, são irreais. Almejam o que não existe.
O que mais me assusta nisto tudo é a postura dos ditos profissionais, médicos que corroboram com as mentiras espalhadas pela mídia. Atribuem á obesidade malefícios que não existem de fato, que resvalam na paranóia coletiva. É claro que devemos buscar por uma existência saudável, mas a saúde mental é a mais importante de todas. Tudo deve estar dentro do razoável, da ciência verdadeira, não a patrocinada pelas grandes farmacêuticas, e do bem estar consigo mesmo.
Sou obeso, e tenho muita dificuldade de me olhar no espelho e não dizer: monstro. Anos e anos de massacre fizeram seu estrago. Mas tenho aprendido aos poucos a conviver comigo mesmo em paz.
Mas o que pega é que sou humano, não importa minha forma, minha cor, meu credo, meu gênero. O que importa é que sou humano em tudo o que isto significa.
O que importa que eu seja um “ente humano”, capaz de amar e viver a poesia.
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