sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2009 entra com tonteiras e zumbido nos ouvidos.


Este blogue (precisamos de uma palavra em português para isso), está dois anos atrasado, era para ter nascido a dois anos atrás, em meio a efervescência do ano de 2006 e da Escola Livre de Literatura, na Casa da Palavra em Santo André - SP. O tempo foi passando e o projeto para mais um blogue sendo adiado dia após dia. Naquele ano escrevia uma espécie de Semanário com impressões diversas e bastante poético. Preciso do exercício da prosa, que para mim, diferente da poesia, sai meio a custo. A poesia dói para ser produzida, mas sai.

Este ano talvez tenha sido o único de minha fase adulta (e lá vão anos) que tenha feito a passagem de ano de cara limpa, sem uma gota de álcool. Não por minha vontade, mas por conta de uma crise de labirintite no dia de Natal. 2009 entra com tonteiras e zumbido nos ouvidos.

É esta questão da passagem do tempo que me incomoda desde sempre, e estes dois anos passaram como num susto, não senti, quando me apercebi estávamos fazendo os preparativos para a nova passagem, estas efemérides funcionam como marcadores para que não nos percamos. Foi durante o primeiro dia do ano de 2009 que percebi um coisa engraçada, e que preciso perguntar à outras pessoas se compartilham esta percepção. Quanto mais velhos ficamos, o tempo se estreita, como se a passagem dos anos se aproximasse à medida que passam e não se afastam. Quanto mais velho fico mais próximo está a minha juventude, adolescência e infância por assim dizer. É como se tivéssemos sempre uma quantidade única de tempo, independente de quantos anos tenhamos.

Vivemos pela percepção psicológica que temos do tempo e não pela sua real passagem, que deve ser particular à cada pessoa. Tenho a temeridade de falar que uma pessoa que vive alguns poucos anos, tenha a mesma percepção de quantidade de tempo de uma que chega a ficar idosa. A grande diferença é o acúmulo de memórias, mas esta já é uma outra história.

4 comentários:

Edson Bueno de Camargo disse...

A foto da postagem é uma flor de mandacaru que floriu em meu jardim e foi clicada pela Cecília Camargo.

José Carlos Brandão disse...

Edson, parabéns pelo bloguinventário do tempo que passou mas permanece em nós como memória e precisa ser registrada para que não se desvaneça.
Bela foto da Cecília. Bem poucos têm uma flor de mandacaru no jardim e é um privilégio registrar esse instante de beleza eterna.
Abraços,
Brandão.

Giovani Iemini disse...

belesma, que venham as boas novas!

Beth Brait Alvim disse...

ontem me peguei dizendo 53 ... gaguejei, pigarreei e lasquei: 56, quero dizer, sem querer na verdade nada dizer, sei lá, o que importa?
importa o edson, esse amigo aí, que admiro cada ano ( séculos/) mais, pra dizer de forma bem brega algo sobre a figuraça e referendar e muito sua ousada trajetória, incluindo a cara limpa para passar a perna em 2009.
gostei e volte a me visitar, me senti muito acarinhada por você e honrada com sua visita

www.bethbraitalvim.blogspot.com