III SIMPÓSIO DE POESIA CONTEMPORÂNEA – SIMPOESIA
O Simpoesia III, a ser realizado entre 5 a 7 de novembro, propõe novamente um intercâmbio entre poetas brasileiros (de locais distintos do país), e poetas estrangeiros. A abordagem será mais compacta. Três grandes nomes de impacto no cenário internacional, Bruce Andrews (USA), a poeta e tradutora Erin Moure (Canadá), e o holandês Arjen Dunker estarão em São Paulo para apresentar e discutir seu trabalho. A programação este ano inclui uma participação maior de poetas mulheres, discussão sobre poesia contemporânea nas universidades e um foco em tradução. Haverá uma palestra com o curador de Latin American Collections da British Library, Aquiles Alencar Breyner, sobre biblioteca digital e arquivo de material eletrônico na web. Há incentivo à presença de poetas jovens e lançamentos de livros de poesia. O encontro ocorrerá na Casa das Rosas, com curadoria de Virna Teixeira. A curadora tem boa experiência na produção de encontros literários e recentemente organizou o Festival de Poesia Tordesilhas em Lisboa, na Casa Fernando Pessoa, junto com o poeta Claudio Daniel.
Realização: Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
Produção: Casa das Rosas e Organização Social POIESIS de Cultura
http://simpoesia.com/lancamentos/
EDITORA MULTIFOCO
A sombra do leopardo, de Claudio Daniel
“A impressão inicial que se tem com a leitura de A sombra do leopardo, de Claudio Daniel, é a de uma permanente fluidez, ou melhor, de uma imprecisão contrária a qualquer busca de contornos definidos que delimitem com clareza o espaço de leitura. Mas se as lentes forem sendo ajustadas ao objeto que têm à frente, percebe-se aos poucos a proliferação de imagens que vão constituindo os poemas. Essas imagens, não exatamente em atropelo, mas numa construção ciosa de matizes, dissonâncias, transparências, se começam por desencadear impressões, acabam por esboçar planos e movimentos que sustentam modos de flagrar, de perceber e de articular. Na verdade, o que causa a impressão inicial é o fato de os poemas serem compostos por imagens predominantemente sensoriais, que evocam vários sistemas de percepção, de imaginação, de concepção do mundo.” (Júlio Castañon Guimarães)
Cabalísticos, de Edson Bueno de Camargo
“Edson está entre os escritores atuais que mais admiro, por sua potência criativa e sua inconformidade com as soluções prontas, mesmo trabalhando dentro da arqueologia tradicional do poema, o que torna tudo mais admirável. Soma-se a isso, a sua perícia em arquitetar uma poética que articula o excesso até a extrapolação – até o ponto de fissão metamórfica da realidade – e, ao mesmo tempo, suave como se nada se excedesse. Isso comprova sua vocação de mestre cabalista. Pois Edson não é um poeta de “achados”. O seu maior achado é aquilo que se deve levar para todo poema: a própria poesia. Ele tem aquela magia numérica fundamental aos poetas que não se aprende nem se ensina, mas se revela ou não.” (Márcio-André)
Conversas com Emily Dickinson, de Marcelo Ariel
“Marcelo Ariel é um bom garimpeiro de imagens. Seu mapa de referências sugere que está atento aos truques com que a retórica se faz passar por ruptura. O diálogo que o presente livro evoca, desde o título, com Emily Dickinson, é uma mesa ampla em que podem sentar distintas “partes do infinito”. O livro pode ser lido como um bem fluido poema único, com suas estações vastas e devastadas, intensa linguagem criando a si mesma a partir do ouro que recebe de outras fontes.” (Floriano Martins)
Fraturas, de Bruno Prado Lopes
A poesia de Bruno Prado Lopes está marcada por uma contínua exploração das possibilidades da linguagem. A dificuldade dessa área imprescindível a qual se impõe o poeta, é sua busca obstinada pela palavra exata, em um trabalho de precisão entre imagens e sons. Todo o livro tem um enfoque revolucionário da cultura grega, um processo inconsciente que cinge a indestrutibilidade das palavras, que se contrapõe à vida surgindo da morte, à morte surgindo da vida.
Visita, de Virna Teixeira
“Em Visita, existe um olhar especial, ao mesmo tempo, para o silêncio dos objetos. Estamos, assim, diante de uma poesia elaborada, vazada em flashes fotográficos, com referências ao coloquialismo e referências culturais diversas, tentando concentrar o máximo no mínimo – todos esses elementos em conjunto com um sentido incômodo de desgaste, de deslocamento, solidão e melancolia numa dose justa, sem aspirar a um tom elevado. É interessante voltar ao primeiro livro de Virna para constatar que seu primeiro livro já tinha a consciência dos seguintes, Distância e Trânsitos, e também o diálogo encontrado em seu trabalho como tradutora. Uma estreia que, a cada leitura, mostra ao leitor caminhos a se descobrir na poesia contemporânea.” (André Dick)
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