domingo, 9 de maio de 2010

Os olhos da minha mãe - Poema do amigo poeta José Carlos Brandão.

Não considero muito importante esta data, não pelo o que ela é, mas no que a transformaram. No entanto tenho esta relação quase mágica com minha mãe, e sua cumplicidade com a minha poesia, mesmo sem entender direito muito do que faço. O José Carlos já disse tudo neste poema, por que eu vou re-inventar a roda?



Os olhos da minha mãe










Nasce uma flor nos chifres da vaca,
Uma fonte de leite puro muge no pasto.
O orvalho da aurora me purifica.
Brotam da memória um bezerro e um touro

Voando sobre as árvores da infância.
Onde o cavalo do meu pai? Onde
O grito retumbando como o trovão?
Os centauros celestes fazem chover

Pétalas do delírio e borboletas azuis.
Um peixe curioso espia das locas na água verde
Do ribeirão correndo no fundo do pomar.

O eterno dorme ao meu lado como um cão.
Minha mãe chega à porta com pássaros nos ombros
E me mostra a face de Deus nos olhos.



José Carlos Brandão.
http://www.poesiacronica.blogspot.com/
http://passaroimpossivel.blogspot.com/

IDENTIDADE

Não sou quem sou,
mas quem me invento.

Um comentário:

Edson Bueno de Camargo disse...

domingo, Dia das Mães, almoçamos todos em casa de minha mãe.

Bebi e comi um pouco demais, dormi no meu velho quarto, e acordei do cochilo com o cheiro de café sendo feito por minha mãezinha.