domingo, 18 de julho de 2010

Diário do Grande ABC - 18 de julho de 2010



http://www.dgabc.com.br/News/5821678/leitor-ainda-longe-do-digital.aspx

Resistente, mas nem tanto

Sara Saar
Do Diário do Grande ABC


Muitos não trocam a obra convencional por nada. Este é o caso do escritor de Mauá, Edson Bueno de Carmargo. "(O e-book) é mais uma ferramenta. Um veículo que veio para ficar. Mas não acredito que substitua o livro convencional", opina. E completa: "Existe também uma relação tátil: pegar, abrir e folhear o livro. Até cheirar o papel. O livro mexe com todos os sentidos, o que o meio eletrônico não faz".
Os benefícios de publicações virtuais são inúmeros, conforme reconhece Camargo: "No meio virtual, não há fronteiras. Para a literatura já não existem, mas ficam ainda mais dissolvidas na internet. Você acaba sendo lido em todos os continentes".
O escritor acabou de colaborar com o caderno-revista independente de literatura, intitulado 7faces, que está na segunda edição em meio eletrônico e tem distribuição gratuita.
O convite surgiu do Rio Grande do Norte por meio do editor Pedro Fernandes. "Tenho material literário exposto na internet (são dois blogs: Uma Lagarta de Fogo e Inventário de Naufrágios). Existe uma rede muito forte de escritores na web. Vamos trocando figurinhas, críticas", aponta.
Camargo enviou alguns poemas contemporâneos, que se caracterizam pela liberdade temática e estrutural, e teve três deles selecionados para a edição que pode ser baixada (www.set7aces.blogspot.com).
Enquanto aproxima, a internet também distancia as pessoas. Tudo depende do ponto de vista. "Pedro Fernandes é um escritor com quem eu provavelmente nunca terei contato pessoal", constata. Mas frisa: "Se a impessoalidade é ruim, a facilidade de contato por outro lado é muito grande".
O escritor de Mauá possui três livros individuais esgotados que depois foram disponibilizados na internet para download gratuito. "Muitas outras pessoas já os leram", diz.
Em contraponto, o poeta conhece escritor que não chega nem perto do computador. Tem aversão mesmo. Para ele, "o computador está incluso no processo criativo. Influencia. Não tem jeito".


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